CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA

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terça-feira, 28 de maio de 2013

Jack Killer

Autor: Joey Spooky Rose

-Jack Killer


"Toda noite aquele homem sentia seu coração bater tão forte, 
que ele podia ouvir os gritos de sua alma."


Em algum lugar onde ruas de paralelepípedo se encontraram com baixa luz, vivia um homem...
Este homem tinha por volta de quarenta anos de idade e vivia sozinho.
De poucas palavras, fazia poucos amigos. Seu Deus estava pintado em sua mais perversa obra de arte, a "The Child Severed" (A Criança Decepada).
A The Child Severed era um enorme quadro velho, de molduras de ouro e empoeirada.
Sua casa, um casarão antigo e caindo aos pedaços, se destacava naquele estranho lugar.
Homem de poucas palavras. De poucos amigos.
Vivia de sua escrita que pra ele era fracassada, mas as suas histórias de assassinato e horror, eram vendidas facilmente.

-De algum modo as pessoas gostam do horror, da tragédia. Mas como podem temer a própria morte? -Dizia pra ele mesmo, aquele homem que assistia televisão.

Dizia-se que este homem passou por uma trágica experiência, de sua própria criação.
Ficar trancado dentro de um casarão velho, sem contato com outras pessoas, sem contato com nenhum ser vivo, parecia realmente algo além da compreensão.
Porém, ele também optou por viver sem a luz elétrica e passou a viver apenas a luz de velas, o que deixava sua casa um pouco escura.
Essa experiência durou um ano e o enlouqueceu.
A pedido de seu psiquiatra, Jack Killer passou a tomar medicamentos, ele então passou a viver da arte obscura, o que era seu grande fascínio.
Cultos estranhos, pinturas horrendas, escritas de romance trágico, estudos de religiões antigas, demonologia, entre outras coisas bizarras passaram a tomar parte de sua vida.
Suas músicas tocadas por ele em seu piano, eram extremamente mórbidas e pareciam dar prazer a ele, um prazer parecido com o prazer sexual.
Homem de intelecto, Jack Killer gostava muito de músicas clássicas e principalmente de Réqueim, que na liturgia cristã era espécie de prece ou missa especialmente composta para funerais.  Na música, por sua vez, o termo faz referência às composições feitas sobre os textos litúrgicos relatados na primeira acepção, muito embora haja referências ocasionais a outras composições musicais em honra aos mortos.

Em sua casa havia um quarto onde Jack Killer guardava muitas estatuetas de santos e uma bíblia empoeirada, que deixava em cima de uma mesa alta.
O mais estranho é que ele não é religioso e acredita em seu Deus, como uma criança cuja cabeça foi arrancada. Ao redor desta criança, lobos negros com muito ódio. Aos céus cinzentos, corvos que gritavam, gritavam mais alto do que seu próprio coração.
Toda noite aquele homem sentia seu coração bater tão forte, que ele podia ouvir os gritos de sua alma.

Jack Killer era supervisionado e saia sempre na companhia de dois homens de terno preto.
Jack Killer usava uma máscara branca para sair de casa, seus cabelos longos e negros voavam como uma sombra. Jack Killer dizia que sua face não podiam ser vista devido a sua divindade.
Dono de uma mente brilhante, participou de várias apresentações com orquestras, porém, seu estilo vazio e mórbido chamava a atenção das pessoas. Uma atenção que fazia com que todas ficassem longe.
Jack Killer não se sentia sozinho, muito menos triste. Ele não sentia nada e não fazia questão alguma de se socializar.
Jack Killer havia sido internado por três anos, devido há três assassinatos cometidos. Ele foi julgado como insano pela corte. Jack Killer estrangulou sua mulher e dizia que ela havia se transformado em um demônio, cujo vivia a luz do dia como uma linda e elegante mulher, mas que a noite se transformava em um ser horrendo, que queria saborear sua carne.
Seus dois filhos foram assassinados também, Jack Killer havia estrangulado as duas crianças de mais ou menos nove anos de idade e depois de estrangula-las, Jack Killer cortou a cabeça delas.
Quando ele terminou de matar as crianças, a policia entrou em sua casa e o viu no andar de cima, de frente para a escada, ainda segurando as cabeças em suas mãos. Os corpos rolaram pela escada, banhando-a em sangue.
"O corpo das crianças só pararam de rolar quando tocaram nossos pés. O barulho dos corpos rolando foram horrendos." -Dizia um dos policiais, em um depoimento dado na delegacia.

Jack Killer hoje é controlado por remédios e homens fortes vivem como se fossem sua sombra. Jack ainda vive por sua própria arte, o macabro.
Jack Killer fumava muito e de noite, às vezes, tinha ataques, surtos de ódio e medo.
Dizia que os espíritos das crianças riam e cantavam enquanto o espírito de sua mulher o perseguia dizendo o quanto ele poderia ser saboroso.