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segunda-feira, 27 de março de 2017

AS PAREDES TEM OUVIDOS (Em processo de melhorias de conteúdo)




AS PAREDES TEM OUVIDOS
(Em processo de melhorias de conteúdo. 
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Sinopse

Quatro amigos... George amava Marta, bem como Marta amava George... Quatro amigos, uma traição. 

Levando uma pistola 9mm escondida em sua jaqueta de couro com um dragão vermelho em chamas costurado nas costas, Frank tem como intenção assustar seu melhor amigo e sua namorada. Mas tudo sai diferente do planejado...

No hospital desativado em meados de 1987, havia alguma coisa. Uma coisa bem grande. Uma coisa assustadora. Uma coisa que havia pegado Frank. 
Todos os outros estavam correndo um perigo maior que a mira de uma pistola. 

AS PAREDES TEM OUVIDOS

Escrito por: Joey Spooky Rose

As paredes tem ouvidos


-Quem vai primeiro? -Disse Monica sorrindo.
Ninguém se atreveu a dar mais um passo depois que saímos do carro velho.
-Eu vou!
-Ah! Jura Frank?
Todos rimos ao mesmo tempo que sentíamos um frio na barriga só de imaginar o que seria daquele “passeio”. Maldito lugar! Um hospital desativado em 1987 que agora servia de “caça fantasma” ou lugar de “festas” organizadas por jovens inconsequentes.
O som da terra debaixo dos sapatos; os passos dados cautelosamente à medida que o prédio velho se aproximava. As janelas quebradas e as paredes pichadas. Atrás, um grande muro de pedras coberto por musgo e sem portões: a entrada de um pesadelo.
-Ouçam isso… -Disse Frank enquanto abria a porta vagarosamente para fazê-la ranger.
Não precisava fazer nada daquilo, a porta rangia por conta própria.
Ao entrarmos, como se não bastasse, a porta se fechou ecoando a batida contra a parede velha por todo o lugar. Todos nos assustamos, exceto Monica, a autora do susto.
-Puta que pariu, Monica! Vai pro inferno! Você quase me mata de susto, sua cadela! -Disse Rachel com a mão direita no peito.
Monica por sua vez ria descontroladamente. Mas logo teu rosto tomou a seriedade.
Não havia nada dentro daquele lugar senão a recepção levemente iluminada pelo pôr do sol daquele fim de tarde que entrava pelas janelas quebradas.
-Que cheiro é esse?
-Urina, cerveja e vômito. -Respondeu Frank.
Cinco passos à frente e Rachel pisara numa camisinha que provavelmente fora deixada aqui na última festa que um grupo da faculdade organizou semana passada.
-Que nojo! -Disse Rachel tentando limpar a sola do seu Converse All Star preto. Na borda da camisinha havia um pouco de sêmen cujo havia sido esmagado pelo pisão que Rachel dara.
Que bosta! Aquilo estava simplesmente parecendo um filme de terror: cadeiras velhas e enferrujadas jogadas por todos os cantos; uma mesa de recepção velha e caindo aos pedaços; janelas quebradas, pichações e um odor que nem no inferno se poderia encontrar.
Quase por todo o chão havia cacos de vidro das janelas e de garrafas de bebida. Um sopro de ar gélido entrava pelas janelas quebradas fazendo o mal cheiro sumir por poucos segundos.
Frank então puxou do bolso interno de sua jaqueta de couro preta, um maço de cigarros. Um cheiro forte de cigarro havia exalado mas como lá fora ventada muito, o cheiro sumiu rapidamente com as rajadas geladas que entravam pela janelas. Um maço de cigarros azul claro com um camelo amarelo no centro. Camel. Típico de Monica.
-Você quer? -Disse Frank para Monica.
-Se eu quero o meu cigarro preferido? Ah… Não…
Antes que Frank guardasse o maço de cigarros Camel filtro branco, Monica praticamente se jogou em cima de Frank, agarrando o maço de cigarros e retirando um para ela.
-Obrigada. Você é um amor, Frank...

O que tínhamos ali? Um grande salão que ecoava até mesmo um peido silencioso, um monte de caco de vidro espalhado pelo chão, uma mesa de madeira que tinha mais de mil anos, algumas portas velhas -algumas fechadas e outras arrombadas- e ao fundo, três portas de elevador, sendo uma delas especial para ocorrências médicas. Imagino que no telhado tenha um heliponto…
-Então… -Disse Rachel- O que viemos fazer aqui?
Frank parecia incomodado com alguma coisa. Como se estivesse ansioso…
-O que você acha? -Disse ele tragando seu cigarro e soltando a fumaça branca ao ar.
-Olha essa merda de lugar… Você acha mesmo que eu sei o que viemos fazer aqui? -Disse Rachel sorrindo com simpatia.
-Viemos caçar fantasmas, não era esse o objetivo? O blog, os fãs, o suspense, o terror…
-E é claro, a nossa câmera! -Disse Monica retirando sua mini câmera do bolso da blusa que havia pego de seu irmão sem que ele soubesse. Por algum motivo aquela garota amava moletom. E por algum motivo ela ficava perfeita em qualquer moletom!
Olhei pra todo canto esperando que a ansiedade e o medo passassem, mas nada disso aconteceu. Olhei então para Rachel… Ela estava linda… Seus seios repousavam um pingente: uma lua prateada que ganhara de sua mãe ainda quando pequena. Seus olhos verdes esmeralda brilhavam, ainda que estivesse tudo quase muito escuro. Sua boca rosada e tão delicada pedindo por um beijo meu…
-Você está bem Frank? -Disse Monica percebendo o nosso amigo preocupado.
-Não sei… Me diga vocês…
Por algum motivo, o clima ficou pesado.
-Como assim? -Disse Rachel encarando Frank.
-Até quando vocês vão esconder?
-Do que você está falando, Frank?
-George… Rachel… -Frank hesitou dando a entender que…- E você Monica. Até quando vocês vão esconder de mim esse desejo ardente de subir pelo menos um andar para fuçar todo este lugar tenebroso?

Caminhamos lentamente para a porta ao lado de um dos elevadores. Havia pelo menos quatro cadeiras do lado de dentro que impediam que a porta fosse aberta. Empurrei com força e então a porta se abriu fazendo o barulho das cadeiras ecoarem.
Eis que então uma luz forte e branca passou rapidamente por dentro do hospital abandonado.
-Merda! VAI! VAI! VAI! -Disse Rachel me empurrando.
Todos entramos rapidamente e subimos as escadas com pressa. Havia uma viatura da polícia rondando o hospital.
-Por aqui! -Disse Rachel.
-Não! Aqui! Vamos nos esconder aqui! -Disse Monica indicando uma sala grande de exames.
Dentro da sala havia uma pequena salinha onde Frank correu e se escondeu. Do lado havia uma grande porta de ferro que parecia servir para gelar alguma coisa. Talvez corpos ou sabe-se lá o que! Monica se escondeu ali, deixando apenas uma fresta para espiar. Havia na parte mais espaçosa da sala, uma máquina estranha com uma porta grande e firme mas que não podia ser trancada. Rachel e eu entramos. Ficamos ali por quase cinco minutos. Os seios pequenos e macios de Rachel tocavam o meu peito e ela sorria.
-Aqui seria um ótimo lugar para… -Disse ela sussurrando.
De repente uma voz ecoou lá de baixo: -Já vimos vocês aqui. Saiam com as mãos na cabeça, é a polícia!
Rachel de repente me beijou enlouquecidamente enquanto roçava seu corpo no meu. Pegou minha mão esquerda e colocou em um dos teus seios quanto finalmente um dos policiais entrou na sala.
Havia um rádio pequeno no ombro do policial.
Avenida Wooderful, todas as viaturas, atenção todas as viaturas!
-Precisamos ir! -Disse o outro policial entrando abruptamente na sala.
-Espere…
Um dos policiais então caminhou até a porta de ferro onde Monica havia se escondido, enquanto o outro caminhou até a sala pequena.
-Saiam com as mãos para cima.
-Não estamos armados, senhor. Só viemos…
-Só responda quando eu perguntar.
Saindo com as mãos na cabeça, Monica e Frank saíram com os policiais. Rachel então por algum motivo parecia muito excitada e antes que saíssemos para ver nossos amigos, Rachel e eu transamos enlouquecidamente em um lugar que não era nada propício.
Cinco minutos depois de dar uma rapidinha, descemos para a recepção e vimos Frank e Monica se esgueirando novamente para dentro.
-Onde vocês estavam?
-Fugindo da polícia e voltando para cá. -Disse a menina de cabelos negros como a noite e pele branca como a neve.
-Você é louca, Monica!
Rachel sorria ao mesmo tempo que estava preocupada com a viatura retornar.
-Precisamos ver este lugar logo, a viatura vai voltar!
Frank olhou-me com um olhar de fúria.
-Onde vocês estavam?
Rachel encarou-me sem saber o que dizer.
-Tentando sair daqui sem que os policiais nos vissem. -Respondi.
-Sabe… Vocês são incríveis, sabia?
Monica, Rachel e eu nos encaramos com olhar interrogação nos olhos.
Frank então colocou o braço direito atrás da sua jaqueta de couro com um dragão vermelho em chamas costurado nas costas e sacou uma pistola 9mm de suas costas.
-Até quando vão me esconder isso?
-Frank, calma! Do que você…
Rachel e eu estávamos apavorados com as mãos esticadas como se pedíssemos para ele parar.
-Vocês me traíram! VOCÊ! ME! TRAIU! GRANDE IRMÃO!
-Frank! Cal… Calma cara!
-Que porra cê ta fazendo Frank? Tá doido?
-Cale essa boca, Monica! Você sabia de George e Rachel e não me disse nada!
O ambiente já estava assustador o suficiente, mas parece que naquele momento toda e qualquer vida que corria em minhas veias parecia ter sumido. Uma pistola apontada para o meu peito… Em seguida para o peito de Rachel… E depois para Monica…
-Mas é aqui que tudo termina, George… Para você também Rachel.
-Frank, por favor, se acalme! Não é culpa de George, eu…
Frank estava com fúria em seu olhar. O belo par de olhos azuis pareciam ter se tornados negros enquanto Rachel implorava para que ele não fizesse nada.
-Eu não ligo de vocês juntos, sabia? Se você não me ama mais Rachel, tudo bem, mas sabe o que realmente me aborrece? O meu melhor amigo me trair com a minha namorada! Agora andem! Subam a escada até o últi andar, se fizerem uma gracinha, eu atiro.
Frank então nos acompanhou até a porta e subiu as escadas atrás de nós.
-FRANK! FRANK!
Monica gritou. Alguma coisa havia pego Frank e o puxado para dentro de uma das salas. A sombra preta de um braço com dedos pontudos agarrou o braço direito de Frank e o puxou para dentro da sala.
Todos nós gritamos desesperados enquanto corríamos para a porta. Não havia nada dentro senão uma sala de clínico geral: uma mesa, um armário, uma pia quebrada e uma maca de exames.
-Precisamos procurar Frank!
-Mas aonde? -Disse Rachel gritando desesperada enquanto chorava.
-Vamos procurar no andar de cima e vamos subindo. Não iremos sair daqui sem ele!
Corremos para a escada e subimos. Ao longe, a porta que dava acesso para a outra escadaria estava com uma mensagem escrita com tinta preta na parede.
Cada degrau que se sobe, é um inferno que se desce.
-Isso é alemão?
-Sim.
-Desde quando você sabe ler alemão, Monica?
Como se fosse realmente importante.

CADA DEGRAU QUE SE SOBE,
É UM INFERNO QUE SE DESCE.


Continua...